quarta-feira, 10 de dezembro de 2014

Comic Con Portugal, uma estreia de luxo

A interminável fila à porta da Exponor indicava o óbvio: o maior evento de cultura pop chegou a Portugal e fê-lo com estrondo, superando todas as expetativas de audiência.
 
Durante três dias a cidade de Matosinhos tornou-se a capital portuguesa do cosplay, ao acolher mais de 30 mil fãs de toda a cultura pop, ligada ao cinema, à televisão, à banda-desenhada, ao cosplay e claro, aos videojogos. Números que superaram largamente as expetativas da organização e que prometem servir de chamariz para as futuras edições do evento. 
 
O principal foco de interesse estava colocado sobre Natalie Dormer, a carismática Margaery da série Guerra dos Tronos, que foi recebida com euforia por uma enorme plateia de aficionados, que acabou por deixar alguns de fora. Felizmente para todos eles, a atriz em destaque no trailer de lançamento do novo jogo da Telltale Games, prometeu voltar em breve. 
 
A principal fatia do orçamento foi aplicada sobre as séries televisivas, mas isso não impediu que o Auditório Games estivesse tão bem recheado, de produtos e de pessoas. Com a Comic Con São Paulo a decorrer em simultâneo, foram vários os momentos em que nos sentimos no Brasil, tal era o calor humano que se fazia sentir. A chama dos videojogos esteve bem acesa, espalhada pelas brasas da Nintendo e da Microsoft, onde a Sony acabou por ser a grande ausente.
 
Ao contrário do que aconteceu em novembro na Lisbon GamesWeek, em que a PlayStation apresentou um forte catálogo, o destaque no norte foi para a Wii U e para a portátil 3DS. A gigante nipónica trouxe os novos Amiibo, os exclusivos Hyrule Warriors e Mario Kart 8, e realizou torneios épicos de Super Smash Bros. com oito jogadores em simultâneo, sempre rodeados de imenso público. Não faltou igualmente a troca de Pokemons e disputa de batalhas nos novos Omega Ruby e Alpha Saphire. 
 
Quem não ficou atrás de toda esta animação foi a Microsoft, com a Xbox One e Xbox 360. Ninguém conseguiu ignorar os três Stormtroopers que dançaram ao som de Gangnam Style no novo Just Dance 2015. O Kinect foi uma das principais atrações, juntamente com o considerável número de jogos trazidos pela marca norte-americana, onde se incluem Forza Horizon 2, Far Cry 4, Sunset Overdrive, Shadow of Mordor, Borderlands Pre-Sequel, Forza 5, Gears of War Judgment, Killer Instinct ou o GTA V de nova geração, sempre alvo de grande interesse. As multidões em redor de FIFA 15 foram também constantes, com miúdos e graúdos a não arredarem pé dos sofás. 
 
A comunidade de PC acorreu em grande número para a conferência da League of Legends Portugal, que recebeu uma enchente de jogadores ansiosos por conhecer as novidades da organização e o futuro dos eSports em Portugal.
 
Videojogos Portugueses
 
A representar os videojogos nacionais estiveram a Biodroid, a Wingz Studio, a Game Studio 78, a Nerd Monkeys, e o IPCA (Instituto Português do Câvado e Ave) que apresentou o novo Z-Horde, uma produção independente de alunos e ex-alunos da licenciatura de Engenharia em Desenvolvimento de Jogos Digitais. Como destacou Ricardo Flores, o Head of Games da Biodroid, os “eventos desta magnitude são uma oportunidade ideal para encontrar programadores e outros artistas, que vem até nós mostrar o seu trabalho e talento”. 
 
A Game Studio 78 trouxe Hush, o jogo que esteve em financiamento na plataforma IndieGogo, e se encontra atualmente na plataforma Steam, estando previsto para 2015 o lançamento na Xbox One. Estiveram também presentes o renovado Mega Ramp da Biodroid para plataformas mobile, o Falcão vs Aliens da Wingz Studio e o Inspetor Zé e Robô Palhaço da Nerd Monkeys, que estará com 75% desconto na Steam durante a quadra natalícia. 
 
O grande interesse revelado pelo público em torno das produções portuguesas alegrou o historiador de videojogos Ivan Barroso, que realçou “a importância do networking realizado nestes eventos, que permite dialogar com os media, com os cosplayers, os youtubers, os ilustradores, os programadores e são uma boa desculpa para reunir a comunidade”. Continuou dizendo que desta forma, “mesmo que o fisco corte as pernas às produtoras portuguesas, elas vão continuar suspensas por quem as apoia”. 
 
 
Cosplayers
 
Centenas, ou até mesmo milhares de mascarados de todo o tipo invadiram os pavilhões ao longo dos três dias, numa bela demonstração do quanto este fenómeno tem crescido em Portugal nos últimos anos. As figuras de Star Wars espalhadas pelo recinto fizeram as delícias dos fãs, e foram dos mais solicitados para as fotos. Haviam cosplayers de todas as vertentes da cultura pop, com imensas personagens de League of Legends, que teve direito a uma categoria própria, vencido por um Azeri; da Marvel e DC Comics, de onde saiu o vencedor do evento, um enorme Iron Man, e de múltiplos personagens de manga, anime e da Nintendo, sendo que a última entregou três prémios. 
 
Para todos os gostos
 
Alugar um zombie da série The Walking Dead e passeá-lo pelo recinto para atormentar toda a gente, era apenas uma das excentricidades que se podiam cometer na Comic Con Portugal. Houve de tudo, para todos os gostos, onde é de sublinhar a pequena exposição de figuras da Marvel e DC, o Artist’s Alley por onde passaram grandes ilustradores internacionais, o Auditório Comics onde esteve o escritor americano Brian K. Vaughan, a Expo ScyFy onde decorreu a antestreia mundial da série The Librarians, e por último o fantástico espaço da GT Competizione, um autódromo virtual onde diversos participantes foram colocados à prova ao volante de um Abarth 500 no Circuito do Estoril.
Motivo mais do que suficientes para aplaudir esta primeira edição da Comic Con Portugal, e esperar que a enorme afluência de público atraia ainda mais vedetas nos próximos anos. Com a animação garantida até 2018, há espaço para todos sonharem.
 
 

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