De cartaz no ar, Fátima Marques revelou, de imediato, que tinha vindo de Aveiro para participar na festa da zumba, que juntou hoje milhares de pessoas num pavilhão no Parque das Nações, em Lisboa.
A música alta não deixava perceber à primeira que Fátima tinha vindo com "todas as amigas", mas percebia-se o seu entusiasmo pela dança.
"Faz-me bem ao ego. Amo dançar zumba", disse Fátima, de 49 anos, sem parar de se abanar ao som das batidas latinas e africanas.
Com mais 10 anos, Álvaro Ramos Carlos admitiu ter chegado a uma idade em que o pouco tempo servia de desculpa para não fazer desporto.
"Mas apareceu a zumba e entusiasmei-me. Perdi uns quilos bons e sinto-me bem fisicamente", comentou o praticante, que se iniciou nesta modalidade de ginásio há meio ano.
Mais 'veterana' é Lara Fernandes, de 11 anos, que começou a dançar "por iniciativa da mãe" há mais ou menos um ano.
A criança chegou hoje Lisboa depois de uma viagem de autocarro desde Coimbra, com um grupo de 24 pessoas, tudo porque gosta das "músicas e de dançar" e prefere não eleger o ritmo favorito porque tudo o que ouve por ali é "fixe".
Aos 17 anos, Gonçalo Faustino confessou-se "fanático" por zumba: "quando a descobri, não parei mais. Só danço há uns meses só, mas já estou a adorar".
Num evento em que os números contam registaram-se 42 coreografias ao longo de três horas, protagonizadas, além do público, por 14 instrutores, 13 dos quais escolhidos num 'casting'.
A acompanhá-los esteve a coreógrafa do evento e os 19 instrutores 'chumbados' na prova de seleção, mas que tiveram direito a participar em três danças.
Mas os valores mais importantes só vão ser conhecidos na próxima quinta-feira, quando a organização deste evento entregar o cheque à associação Laço, ligada à luta contra o cancro da mama.
A presidente da Laço, Lynne Archibald, explicou à agência Lusa que o valor hoje angariado vai financiar pelo menos duas bolsas, de 25 mil euros cada, de investigação científica na área do cancro da mama.
"Esperamos hoje poder chegar às três bolsas", acrescentou a responsável, lembrando que por não se saber a causa da doença, também se desconhece a cura.
Por ano, Portugal regista 5.600 novos casos de cancro da mama. Mesmo face a estes números, Lynne Archilbald prefere ser otimista e falar na diminuição da taxa de mortalidade e que as doentes "vão passar um ano difícil, devido ao tratamento, mas depois vão ficar ótimas".
Numa noite em que o desporto foi rei, a representante da Laço incentivou as raparigas que se tornam mulheres a continuar uma vida ativa.
Lynne Archibald lamentou que a puberdade seja quase sempre sinónimo para se deixar o desporto de lado: "as raparigas ficam mais preocupadas com a sua imagem corporal, mas não de uma forma tão positiva".
Aliar esta causa à zumba tem uma explicação. "É vida ativa e uma modalidade cheia de alegria", assinalou a presidente da Laço, recordando que outubro é o mês da luta contra o cancro da mama.
Rita Gonçalves, da organização, explicou que parte dos bilhetes, cujo custo variou entre os 12,5 e os 25 euros, reverte a favor da Associação Laço, e que hoje devem ter passado pelo Meo Arena "entre cinco a oito mil pessoas".
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