Há uma seta luminosa — néones — e imaginária a apontar para o ecrã de cada aparelho ligado à Internet. Pisca: “Arcade”, “Arcade”, “Arcade”. E o responsável por ela é o norte-americano Jason Scott, arquivista e historiador de tecnologia, que neste fim-de-semana voltou a fazer as alegrias dos aficionados dos videojogos: disponibilizou online 901 jogos de arcada.
É como se o século XXI não tivesse chegado e transformado as velhas salas de jogos em ruínas ou em lojas de conveniência. O projecto The Internet Arcaderecupera títulos das três décadas de fulgor dos jogos de arcada — 1970, 80 e 90 — e devolve-os ao presente: Astro Invader, Bomb Jack ou Pac-man são exemplos dos clássicos que agora se podem jogar no browser.
Tudo o que é preciso é uma ligação à Internet (e um computador, ou outro dispositivo, com capacidade e velocidade suficientes para “correr” os emuladores). As moedas são coisa do passado. Jogar de pé? Passa a ser opção — mas absolutamente necessário para os puristas; tal como a escuridão da sala. Arranjar estranhos que nos desafiem é que pode ser um problema.
Mas se aprendemos algo com The Karate Kid (além da técnica de defesa “wax on, wax off”) é que o salão de jogos é sempre um bom sítio para levar o par romântico. Até lhe podemos sugerir um round de Karate Champ… e esperar manter a dignidade. Jogar arcade no local de trabalho também é possível, mesmo em profissões exigentes — vejam-se os caça-fantasmas…
O exercício de memória é inevitável e o apelo a tempos idos é a forma que a equipa de Jason Scott tem para chamar a atenção para o seu projecto. No entanto, o historiador, que no final de 2013 já tinha disponibilizado onlinequase um milhar de antigos videojogos para consolas, quer que estes seus projectos para o Internet Archive funcionem como mais do que uma brincadeira.
“Evidentemente, muitas pessoas vão migrar para jogos que reconhecem e que talvez não joguem há anos. Jogarão algumas partidas e provavelmente vão perder, sorrir e voltar para seus sites de notícias”, antecipa Scott no seu blogue. O historiador espera, contudo, que alguns se dediquem a jogos de que nunca ouviram falar ou que já não existiam quando nasceram.
“E a minha esperança é que um punhado, provavelmente uma pequena percentagem, comece a engendrar formas de usar este material em investigação, na escrita e remisturando estes jogos antigos para compreender os seus contextos. O tempo o dirá”, concluiu Jason Scott. Entretanto, podemos sempre rever The Goonies para recordar o estilo que um jogador de arcadedeve ter. E jogar.
fonte:http://www.publico.pt/tecnologia/noticia/de-pe-vitimas-do-progresso-ha-901-jogos-de-arcada-online-para-dominar-1674992
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