sexta-feira, 14 de novembro de 2014

Estudo Empregadores valorizam mestrado e atividades extracurriculares

Os diplomados estão preparados para trabalhar e os empregadores, que valorizam experiências extracurriculares e o grau de mestrado, reconhecem as suas capacidades, concluiu um estudo desenvolvido a partir do Porto e cujos resultados são apresentados sexta-feira.


"Em termos dos resultados gerais a grande questão é que eles [diplomados] estão preparados para trabalhar [e] têm também a noção das competências que os empregadores valorizam", explicou à Lusa Diana Vieira, coordenadora do estudo.
 
O estudo "Preparados para Trabalhar?" foi levado a cabo pelo Instituto Superior de Contabilidade e Administração do Porto (ISCAP), com apoio de fundos comunitários, e envolveu uma amostra de 6.444 alunos com uma média etária de 29 anos e que concluíram licenciatura (67%) ou mestrado (33%), 13 instituições de ensino de norte ao sul do país e 781 empregadores distribuídos a nível nacional.
 
Segundo a investigadora, o estudo "mostra que vale a pena apostar no mestrado e não ficar só pela licenciatura", não só pela inerente preparação e oportunidade de utilização das competências transversais e profissionais, mas também pela "própria facilitação no acesso ao mercado de trabalho".
 
Quando comparados licenciados e mestres, os segundos mostraram uma "maior facilidade na inserção no mercado de trabalho e um maior desenvolvimento de competências", referiu.
Lembrou, porém, que "a questão também é conjuntural" de falta de empregos que levaram a um aumento da média de tempo para a obtenção de primeiro emprego até aos 12 meses.
 
Além da componente académica, o estudo demonstrou que os empregadores tendem a valorizar e a ver as experiências extracurriculares dos candidatos como "algo distintivo" e vantajoso, nomeadamente se participarem no programa Erasmus, em associações de estudantes, grupos musicais ou desportivos.
 
Para Diana Vieira, os resultados do estudo publicados em livro mostram que o acesso ao mercado de trabalho está não só nas mãos do estudante, mas também na das próprias instituições de ensino que devem criar mais estágios nas suas estruturas curriculares e dar um maior apoio aos alunos que "quando saem ficam muito tempo à espera de emprego".
 
Cabe também aos empregadores "abrirem e aproximarem-se mais das instituições [de ensino] e aceitarem estagiários, mesmo que seja por três meses" e até aos políticos com "criação de emprego e ajuda à inserção profissional nesta fase da vida".
 
Os primeiros resultados da investigação, divulgados em agosto, mostraram que a análise e resolução de problemas é a competência que quer as empresas quer os licenciados consideram como mais importante para integrar o mercado de trabalho.
 
A apresentação pública dos resultados finais será realizada sexta-feira no Instituto Superior de Contabilidade e Administração do Porto (ISCAP/IPP) e contará com o secretário de Estado do Emprego na sessão de abertura.
 

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