Estudo realizado em 52 países revela que a aceitação aos relacionamentos homossexuais está crescendo no mundo todo; inclusive entre religiosos.
Um estudo da Universidade de Chicago, em parceria com a Universidade da Califórnia, lançado no último dia 7, concluiu que a tolerância a gays e lésbicas vem crescendo no mundo todo. A pesquisa levou em conta diversas outras pesquisas menores, realizadas em 52 países, e demonstrou um claro aumento na aceitação de homossexuais e transsexuais nos últimos 20 anos em pelo menos 90% dos casos pesquisados.
Os resultados mostram que a aceitação de homossexuais no mundo cresceu em 0,86% por ano nas últimas duas décadas. Apesar disso, a discriminação contra gays e lésbicas diminuiu em somente 14% dos países pesquisados. De acordo com estimativas dos cientistas, o resultado foi puxado para baixo por causa dos países da ex-União Soviética, onde a aceitação de minorias ainda é mais baixa e vem crescendo numa taxa mais lenta que o resto do mundo. Só na Europa, 43% das estatísticas negativas vieram dos países que compuseram o regime.
Por outro lado, em 98% dos países analisados os jovens com menos de 30 anos são mais tolerantes com a homossexualidade que as pessoas acima dos 65, com uma diferença de mais de 23 pontos percentuais. Os pesquisadores ainda apontaram uma tendência de maior tolerância entre os países mais desenvolvidos e do hemisfério norte, especialmente na Europa, que atingiu o topo em 89% das perguntas. Na região, o país que mais se destacou foi a Holanda, que esteve a frente do resto da Europa em mais de 97% das vezes.
Manifestantes na Rússia.
Além dos bons resultados ao redor do mundo, a aceitação da diversidade sexual também aumentou entre religiosos nos Estados Unidos. Um outro estudo, realizado pela Duke University e publicado no último dia 9 mostrou um considerável aumento de tolerância na opinião de membros de igrejas e outros grupos religiosos dentro dos Estados Unidos. A aceitação de gays e lésbicas como indivíduos plenos de tais organizações por seus membros saltou de 37.4% para 48% no período de 2006 a 2012. Ao mesmo tempo, o número de pessoas que concordam com a possibilidade de gays e lésbicas assumirem postos de liderança dentro de suas igrejas passou de 17.7% para 26.4%, um aumento de 49% em apenas 6 anos. O estudo chega poucos meses depois das declarações de Papa Francisco de que “a igreja está de portas abertas” para acolher gays, reforçando a tendência de maior tolerância entre religiosos.
Apesar das boas notícias vindas dos das duas pesquisas, ainda existem países com baixíssimos níveis de tolerância, como Gana e Equador, onde somente 2% da população aceita a existência de homossexuais ou em países islâmicos, como Iêmen e a Arábia Saudita, onde as penas para relacionamentos entre pessoas do mesmo sexo variam de chibatadas a apedrejamentos.
Por outro lado, os cientistas estão otimistas com os resultados.
“A análise de idades sugere que [os dados] representam um típico efeito corte e não um efeito do envelhecimento. Isso nos indica que o efeito de corte deve continuar promovendo uma maior aceitação da homossexualidade e dos direitos homossexuais na maioria dos países. Além disso, talvez um aumento global nos níveis de desenvolvimento e a disseminação da influência cultural europeia possam aumentar a aceitação em outras religiões e culturas, porém esse caminho ainda está longe de ser definido”, concluem os pesquisadores.
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