As organizações representativas dos trabalhadores da Sociedade de Transportes
Coletivos do Porto (STCP) marcaram uma greve de quatro dias para janeiro contra
o despedimento de dez motoristas, foi hoje anunciado.
Em comunicado, a Comissão de Trabalhadores da STCP afirma que a greve está
agendada para os dias 6, 7, 8 e 9 de janeiro.
"A intenção do conselho de administração da STCP de proceder ao despedimento
de dez motoristas no próximo mês levará a uma firme e determinada resposta de
todos os trabalhadores", afirma a estrutura que os representa, para quem "está
em causa não só a defesa dos postos de trabalho mas também a qualidade do
serviço prestado aos utentes".
Adiantando que o quadro de pessoal da empresa conta já com um défice de cerca
de 140 motoristas, o que leva a que cerca de 140 serviços fiquem por realizar
diariamente, os trabalhadores afirmam que estes motoristas cujos contratos não
serão renovados "já deviam integrar o quadro de pessoal efetivo da empresa, pois
estão há cinco anos e meio a laborar com contratos a termo ilegais".
No comunicado, a Comissão de Trabalhadores anuncia também a "recusa de todo o
trabalho extraordinário com efeitos imediatos e por tempo indeterminado",
alertando que se a situação "não for revertida" fica em aberto a marcação de
novas greves.
"Estando a STCP no limite das suas capacidades operacionais não compreendemos
que [a empresa] se possa dar ao luxo de dispensar motoristas", salienta a
comissão, no seu comunicado.
Para o Sindicato dos Trabalhadores dos Transportes (SITRA), não é válido o
argumento de que a admissão de pessoal está proibida por força dos vários
orçamentos do Estado (OE).
"Os mesmos OE permitem que em casos excecionais e devidamente fundamentados a
admissão de novos trabalhadores possa ser efetuada com a autorização da tutela",
refere o SITRA, para quem a administração da STCP "nem sequer se deve ter dado
ao trabalho de ter requerido o regime de excecionalidade, que seria justificado
pelo facto de a empresa não ter o efetivo dimensionado ao volume de oferta a que
o Estado, enquanto acionista, lhe obriga a prestar".
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