quarta-feira, 7 de janeiro de 2015

Tiroteio com vários mortos em jornal francês

    «Um ataque terrorista» 

                                                                                               
Um tiroteio levado a cabo esta quarta-feira manhã, no jornal «Charlie Hebdo», em Paris, fez, pelo menos 12 mortos, segundo a última atualização do Procuradoria avançada pela agência France Press. Dois dos mortos são polícias.

Segundo o jornal «Le Parisien», antes da última atualização do número de mortos, nove pessoas foram abatidas no interior e duas no exterior.

Charb, o diretor do jornal satírico é um dos mortos, de acordo com informações da polícia citadas pelo «Le Monde». A polícia confirmou também a morte de Cabu (considerado um dos maiores cartoonistas franceses), Wolinski et Tignous. 
 
«Vingámos o profeta»

O ataque foi levado a cabo por, pelo menos, dois homens fortemente armados que, segundo os media franceses, foram responsáveis por uma «carnificina». Entraram no jornal, todos vestidos de negro, de cara tapada e fortemente armados, conforme as imagens captadas em vídeo-amador.

Terão ameaçado uma das jornalistas do «Chalie Hebdo», que entrava no edifício e que lhes terá aberto a porta. De acordo com a jornalista em causa, reclamaram pertencer à Al-Qaeda.

O «Le Parisien» acrescenta que os dois homens conseguiram fugir em direção ao norte da capital francesa, num carro furtado. Segundo os polícias, os homens gritaram: «Vingámos o profeta» e «matámos o "Charlie Hebdo"».

A viatura foi, entretanto, abandonada no 19º Bairro. 
 
 François Hollande, o presidente francês chegou pelas 11:50 à sede do jornal. Classificou este atentado como «bárbaro» e, sem dúvida, «um ataque terrorista». 
«Os responsáveis por este ataque serão punidos. A França está em estado de choque. É um ataque terrorista, sem dúvida», disse Hollande.

François Hollande volta a falar ao país às 20:00 locais. 

O presidente também mandou reunir um gabinete de crise e a França está em alerta máximo com receio de ataques terroristas. A segurança está a ser reforçada em todas as redações, de acordo com o «Le Fígaro». Segurança reforçada ainda em grandes armazéns comerciais, locais de culto e também transportes. 
 
As escolas suspenderam todas as atividades no exterior, como passeios e excursões, e foi proibido o estacionamento em frente a estabelecimentos escolares, mesmo para recolher crianças.

O primeiro-ministro britânico, David Cameron, também já condenou o ataque ao jornal francês, declarando-o «doentio». O presidente do Parlamento Europeu, Martin Schulz, também se mostrou «chocado». 
«É um ataque bárbaro, é um caso sem precedentes, que podemos ver no Paquistão, na Somália, mas vê-lo em França ...». Um atentado contra a «liberdade de expressão», considera Christophe Deloire, dos Repórteres Sem Fronteiras. 
Washington também já condenou o ataque «de forma veemente»
O último tweet do jornal antes do ataque

Alguns minutos antes do ataque, o último tweet do jornal mostrava uma imagem satírica com o  líder do Estado Islâmico, Al-Baghdadi.
Jornal já tinha sido atacado antes

Esta não é a primeira vez que a redação do «Charlie Hebdo» é atacada em retaliação por críticas ao mundo islâmico.

Em novembro de 2011 a redação do jornal foi atacada com uma bomba incendiária que destruiu a sede, uma retaliação a outras caricaturas referentes ao mundo islâmico.
 
Outros desenhos foram igualmente colocados no interior da revista, onde se vê, por exemplo, o profeta do islão nu.

Já em 2006, «Charlie Hebdo» tinha sido um dos media europeus a publicar as caricaturas do jornal dinamarquês «Jullands-Posten», que cerca de um ano antes pediu a 40 cartoonistas que desenhassem caricaturas do profeta islâmico.

Os desenhos enfureceram a comunidade islâmica, uma vez que a representação do profeta é proibida.
 
 
 
www.publico.pt/mundo/.../tiroteio-em-paris-faz-varias-vitimas-1681429

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